quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aceitação

Isto de ser mulher, tem muito que se lhe diga, ainda mais numa sociedade cada vez mais subjugada ao culto do corpo e ao aspecto exterior. Não condeno, antes pelo contrário, até porque faço uso de muitos produtos colocados à disposição para melhorar a casca que me cobre. Sou vaidosa, não digo q.b. porque sei que sou muito vaidosa. Raramente troco os meus saltos altos por outros mais baixos e confortáveis, cada vez a mais custo, confesso. A sombra e o rimel fazem parte de mim e só me separo deles à noite e na praia.
Tenho 38 anos e os pés de galinha, algumas estrias, celulite e cabelos brancos, já fizeram do meu corpo o seu porto de abrigo. Não gosto. E combato-os de todas as formas que sei. Mas alguns, os resistentes, cá vão ficando e temos mantido uma relação cordial e digo até com uma certa estima. Estão cá, eu sei e até lhes acho uma certa graça.

Em todo o meu percurso de vida, o mais caricato é que entre os 16 e os 29 anos passava a vida a reclamar ou porque estava mais magra, ou com celulite, ou com estrias, ou com acne, e por aí fora.
A partir dos 30 senti que finalmente me aceitei como sou e que acima de tudo gosto do que sou, por baixo da casca que tanto nos preocupa às vezes.

A CF é uma pessoa que admiro e que tal como eu também tem orgulho em ser como é por dentro e por fora, porque não há nada melhor do que estarmos de bem conosco para estarmos de bem com os outros e com a vida.

Sandra

1 comentário:

Duarte disse...

Sandra, está bem, agrada-me que gostes de ser assim. Aquilo que se pode conservar merece o esforço, o resto é tempo perdido. A natureza e a vida, acabam por pôr as coisas no sitio. Se eu te contasse! Pode que um dia, se acabamos por ver-nos, te possa contar coisas.

Las cosas a su tiempo, la arruga es bella, según a que edad. Lo que debes hacer es nunca perder tu encanto personal, se como eres y el que no le guste... adiós.

Un gran abrazo y mi admiración

Assim é mais internacional...